O mês de Março trouxe finalmente ao Alentejo a mais recente publicação de Pedro Estorninho. Memórias do realismo Mágico, recebido pelo Centro Ciência Viva de Estremoz, pelas 16h de dia 5 de Março, resultou num excelente texto para juntarmos à conversa o autor, o editor e a leitora Maria do Céu Pires.
A importância do encontro, da leitura e da estória na construção da memória foram assinalados na apresentação de Maria do Céu Pires, que retira da obra um contributo artístico fundamental para a representação histórica das relações humanas. Oralidade e escrita, com a linguagem no centro de uma reflexão acerca das personagens criadas por Pedro Estorninho, descobriram-se caminhos novos para a busca de sentidos de pensamento e acção no mundo. Decorreram, no Porto, Aveiro e Lisboa, apresentações do livro O «Novo Normal» – Securitização, Precariedade e (Des)Integração Europeia em Tempos de Pandemia, da autoria de Manuel Loff, Tiago Vieira e Filipe Guerra e editado pela Página a Página.
Estas sessões, que além da presença dos autores, tiveram a participação de Virgílio Borges Pereira, Carlos Rodrigues e Ana Sá Lopes, respectivamente, permitiram um amplo debate sobre as medidas tomadas na resposta à pandemia, num contexto social e político que permite avançar na implantação de um regime securitário à escala global, aprofundar os mecanismos de precariedade e exploração no mundo do trabalho e expor as várias contradições inerentes ao processo de integração europeia. Dia 19 de Fevereiro pelas 16h o palco do Cine-Teatro de Almeirim acolheu a apresentação do mais recente texto de teatro da Página a Página, Terra Velha de José Manuel Bento Sampaio.
A sessão contou com a participação do Presidente da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, que valorizou a publicação da obra em nome da preservação da memória da terra e da identidade das gerações mais novas, ao mesmo tempo que sublinhou a importância do trabalho do autor na vida cultural e associativa de Almeirim. Do reconhecimento público do município ao caloroso afecto dos amigos de sempre, expresso na música de José Carlos Silva, nas palavras de Luciano Marmelada e no emocionado público que se juntou no auditório, ficou evidente o valioso contributo desta publicação para a afirmação dos valores Abril, para que tanto contribuiu a luta dos rendeiros pelo reconhecimento do direito ao uso da terra. |