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Pés Nus na Água Fria
Domingos Lobo
Na literatura portuguesa produzida após o 25 de Abril, não abundam os textos de ficção que nos falem do fascismo e da resistência que lhe foi oposta por milhares de portugueses.
Menos ainda são os que dessa resistência evocam aqueles que foram os seus mais destacados protagonistas: os militantes comunistas.
Neste quadro, a publicação de um romance que tem como cenário o fascismo e a resistência antifascista, constitui um facto digno de registo – e de aplauso.
Mais ainda quando – como é o caso deste Pés Nus na Água Fria de Domingos Lobo – estamos perante uma história conduzida com notável destreza narrativa, numa prosa poderosa, escorreita, amiúde luminosa – e que se lê de um fôlego e prende o leitor da primeira à última página, como é uso dizer-se nestes casos...
O narrador é também ele personagem do romance, resistente assumido que intervém como tal, desmontando a brutalidade, a mesquinhez, a hipocrisia, a sordidez, a podridão reinantes. Tomando partido. A dizer-nos que o fascismo existiu...
Pés Nus na Água Fria é um romance a saudar. E a ler.
Do prefácio de José Casanova