- Ficção de autores portugueses
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Sérgio de Sousa
«Um grande ganadeiro ocupa um vale irrigado e verdejante onde pastam as suas manadas. Em redor, já no sopé de rochosas montanhas, pequenos rancheiros tentam sobreviver fabricando terras pedregosas. Com frequência necessitam de créditos para as sementeiras. O grande ganadeiro empresta, a juros. Inevitavelmente, a médio prazo, sobrevém um ano de seca e a seara não medra, ou uma chuva inclemente arrasa o que estava prestes a ser colhido, ou o coice de uma mula incapacita o pequeno rancheiro para o trabalho. Qualquer destes factos levam ao incumprimento, e o grande ganadeiro apresta-se a vir, com o seu séquito de pistoleiros, tomar posse do pequeno rancho. Afinal um procedimento ancestral. Só que nos filmes de cowboys, o pequeno rancheiro tem uma linda filha, que anda a ser catrapiscada pelo rapaz da fita. E então, quando o grande ganadeiro e seus capangas tentam deitar fogo ao pequeno rancho e tresmalhar umas poucas e magras rezes, o rapaz da fita começa a disparar, de trás das pedras, sobre os pistoleiros, e quando estes se organizam para o cercar, acorrem os outros pequenos rancheiros das vizinhanças e a história acaba em bem. Ah, não me digam que é ficção; é o exemplo do procedimento correcto.
Os rapazes da Escola de Chicago mais não fizeram que produzir apenas a primeira parte do mesmo filme à escala global. Mas em todo o mundo existe a filha do pequeno rancheiro, a bela vontade de pôr fim à exploração, que conduz os explorados a unir-se e lutar.»
«Um grande ganadeiro ocupa um vale irrigado e verdejante onde pastam as suas manadas. Em redor, já no sopé de rochosas montanhas, pequenos rancheiros tentam sobreviver fabricando terras pedregosas. Com frequência necessitam de créditos para as sementeiras. O grande ganadeiro empresta, a juros. Inevitavelmente, a médio prazo, sobrevém um ano de seca e a seara não medra, ou uma chuva inclemente arrasa o que estava prestes a ser colhido, ou o coice de uma mula incapacita o pequeno rancheiro para o trabalho. Qualquer destes factos levam ao incumprimento, e o grande ganadeiro apresta-se a vir, com o seu séquito de pistoleiros, tomar posse do pequeno rancho. Afinal um procedimento ancestral. Só que nos filmes de cowboys, o pequeno rancheiro tem uma linda filha, que anda a ser catrapiscada pelo rapaz da fita. E então, quando o grande ganadeiro e seus capangas tentam deitar fogo ao pequeno rancho e tresmalhar umas poucas e magras rezes, o rapaz da fita começa a disparar, de trás das pedras, sobre os pistoleiros, e quando estes se organizam para o cercar, acorrem os outros pequenos rancheiros das vizinhanças e a história acaba em bem. Ah, não me digam que é ficção; é o exemplo do procedimento correcto.
Os rapazes da Escola de Chicago mais não fizeram que produzir apenas a primeira parte do mesmo filme à escala global. Mas em todo o mundo existe a filha do pequeno rancheiro, a bela vontade de pôr fim à exploração, que conduz os explorados a unir-se e lutar.»